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sexta-feira, 14 de maio de 2010

OlharTV: O que vai deixar saudades em Viver a Vida

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Hoje nos despedimos de Viver a Vida, novela global escrita por Manoel Carlos para o horário nobre. Como característica do autor, o folhetim mais uma vez destacou o marketing social ao abordar histórias de superação, protagonizadas por seus personagens e  personalidades anônimas.

Também como de costume, a novela teve uma protagonista chamada Helena (Taís Araújo). Só que desta vez a personagem foi a primeira jovem e negra da carreira de Maneco. E apesar de se tratar de uma heroína, acabou perdendo o destaque para Luciana (Alinne Moraes).

Luciana e Miguel foram destaque em “Viver a Vida”
Divulgação/Globo

A antagonista roubou a cena a partir do momento que sua história baseou-se em dificuldades sofridas por deficientes físicos, como por exemplo a exclusão social. Além disso, ao lado de Miguel (Mateus Solano) protagonizou um romance que caiu no gosto do público. Ao contrário de Helena+Marcos+Bruno.

José Mayer deu vida a mais um sedutor em sua carreira, o Marcos. Pai de Luciana, Isabel e Mia, larga a esposa Tereza (Lilia Cabral) e mais tarde se casa com a jovem modelo Helena.

Mas quem acompanhou a novela não viu empatia entre eles. E apesar de Thiago Lacerda dar vida a Bruno, que no decorrer da história viria a se tornar o grande amor de Helena, o casal não rendeu tanto quanto o esperado. Principalmente quando comparado à Luciana e Miguel, que transbordava amor na relação. Mesmo no início, quando era apenas uma amizade regada a um discreto desejo.

Romance de Helena e Bruno não caiu nas graças do público, assim como entre Helena e Marcos
Divulgação/Globo

É por essas e outras que se eu fosse analisar Viver a Vida, diria que o destaque ficou por conta das personagens secundárias. Àquelas que aparecem aos poucos, ou não. Mas em seus pequenos momentos, roubam a cena.

A começar por Onofre (Cláudio Jaborandy). Dono de um humor peculiar, o empregado da casa de veraneio do Marcos, localizada em Búzios, é tão rabugento que chega a ser engraçado.

É o tipo de pessoa que reclama a toa, mas não se trata de alguém ruim. E apesar de exagerar, na maioria das vezes está certo. Como no dia em que acusou a filha Soraya (Nanda Costa) de querer “pegar o argentino” Maradona (Mário José Paz).

Outro que também ganhou meu respeito, e acredito que de muitos outros telespectadores, foi o Coisa Ruim. O escolhido para ser padrinho do filho de Sandra e Bené foi responsável por várias tiradas bacanas. Uma delas a “é contra meus princípios, madame”, ao citar algo errado ou ilícito.

Além disso, ele serviu para quebrar preconceitos, já que dá a ideia de alguém que esteve envolvido com o crime mas se redmiu, mesmo morando na favela e convivendo com o tráfico.

Outros destaques

- Myrna: a prostituta que surgiu para protagonizar um rápido romance com Jorge, no estilo Uma Linda Mulher. E se não fosse Ariane surgir na vida do arquiteto logo em seguida, vamos combinar que muitos iriam torcer por esse casal.

- Ariane: das quatro amigas (Helena, Alice, Ariane e Elen), a médica é a mais carismatica. Se estivéssemos no seriado Sex and the City ela seria a romântica Charllote, que sonha com um relacionamento perfeito. E encontra, nos braços de Jorge. Mas fui a única a ter a impressão que ela era interessada em Miguel, no início da novela?

- Alice: Durante toda a novela a personagem foi apontada como uma escada de Helena. Era a única amiga que não tinha uma vida definida, com profissão, trabalho e família. Apesar disso, a personagem é alegre, livre e muito verdadeira.

- Gustavo: como todo mulherengo e machista, o advogado é bobo e atrapalhado. Do tipo que não dá uma dentro, nem mesmo na hora de paquerar outras mulheres. Mas no fundo ama a eposa e é aí que esconde sua graça. Ele é muito parecido com o Danilo, personagem de Gustavo Borges em Laços de Família.

- Renatinha: Bárbara Paz é divina e sua personagem comprovou o talento dessa jovem atriz. Teve um ótimo entrosamento com Miguel e Felipe, seus namorados na novela. Só achei que o problema da anorexia alcóolica poderia ter tido um destaque diferente, ser mais explicativo.

- Ingrid: a mãe dos gêmeos Jorge e Miguel começou devagar, mas se tornou um dos grandes nomes da história. Defende sua cria de tudo o que acha prejudicial, independente de estar certa ou errada. Palmas, mais uma vez, para a grande Natália do Vale.


Não deu certo

- Rafaela: a menina que começou boa, mas era para ser má, se perdeu em meio a essa transformação. Ficou caricata demais e não convenceu.

- Malu: adoro a Camila Morgado e sinto muito pela personagem que fez. Exagerada demais. Sua postura em nada lembrava a de uma jornalista, que dirá especialista em economia. Além disso, falava alto o tempo todo.

Por Tatiana Bruzzi

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