Ouvi falar muito na grande aposta da Record para este ano no humor. Atendendo pelo significativo nome de “Legendários”, o programa causou barulho na imprensa com a promessa de badalar as noites de sábado. E, sendo assim, resolvi sintonizar o canal para conferir o resultado. Porém, juro que fiquei com vergonha de mim mesmo por ter feito tal coisa. A atração simplesmente não acrescenta absolutamente nada.
Numa mistura precária dos quadros do ótimo “Pânico na TV” e dos cenários do esquisito “CQC”, o programa peca exatamente em tudo. Sem uma identidade própria, cria situações que chegam a ser constrangedoras. Como o quadro de Jaque Khury, ex BBB, que, assim como Sabrina Sato do programa da Rede TV, abre a boca e mostra o quanto a qualidade brasileira televisiva foi pro ralo da pia. Um horror. E porque copiar as idas a Brasília feitas pelas outras atrações do gênero? Sem contar que os diálogos são forçados e passam a impressão de que ninguém está seguro de nada. Nem o próprio Marcos Mion, que sempre foi maravilhoso na MTV, está ciente do que vai dizer.
E dizer que a Record tirou meio elenco da MTV para criar um deprimente humorístico que ajuda a deprimir ainda mais as noites de sábado. Mion, João Gordo, Hermes & Renato, todos eram ótimos no canal musical, agora estão forçadamente péssimos em “Legendários”.
Talvez a única coisa que se salve de toda essa baderna seja o logo do programa, muito bem escolhido nas cores preta e laranja. Até as roupas dos integrantes são simpáticas, mas não passa desse adjetivo. Podiam ser melhores.
Por isso tudo e muito mais, que é melhor deixar quieto, a emissora que anda cogitando pensar na possibilidade de liderar um dia, devia tomar consciência de que enquanto continuar copiando – e sem graça alguma – tudo o que as outras emissoras fazem, tudo o que vão conseguir é a sensação de que a liderança está cada vez mais distante. E não adianta dinheiro de bispo nenhum para que a situação se resolva. “Legendários” é apenas um exemplo, mas existem muitos outros figurando por aí, que fazem a gente sentir vontade de tapar o rosto com as mãos para não ficar vermelho.
Por: Alexandre Vigolo- Site TV Aud.
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