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domingo, 19 de dezembro de 2010

A Malhação que não queríamos ver

Que a Malhação há algum tempo não faz mais as meninas e adolescentes correrem para TV assistir ou comprar cadernos do folhetim teen, isso todos nós sabemos. Porém, ainda não está claro o que a Globo quer com ela, já que há quase 10 anos só vem trazendo declínio de audiência para o horário, prejudicando as novelas das 6h.
Porém, esta última temporada da novelinha vem superando o ridículo em abordar um tema que, seguramente, não é nenhum bicho de sete cabeças para se abordar. Homofobia hoje não é como há 20, 25 anos atrás, onde se tinha medo de falar. O tema é atual, corriqueiro, e não merece a má encenação que está tendo.
Vejam só e comentem se eu não estou errado: um autor que se preze e que tenha respeito e conhecimento pelo assunto, por mais que esteja numa ficção onde o principal intuito é da ar realístico, não vai colocar em cena dois caras, que são “flagrados” dando um abraço (o que pelo que sei é totalmente natural), e que tiveram esse momento registrado por foto e distribuído nos computadores de todo o colégio e no celular de todos os alunos (?).
Isso me faz sentir muita falta da época em que eu conseguia dar risada com o Cabeção, interpretado por Sérgio Hondjakoff, em que existia o Gigabyte, o Múltipla Escolha… Quando a Rede Globo, responsável por deter o que ela rotula de “Q de Qualidade” dava atenção suficiente para seus produtos e colocava pessoas competentes para produzi-los e não fazer besteira. Mas, como infelizmente o “Q de Qualidade” está virando “D de Declínio”, podemos assistir diariamente a essa chacota, que hoje leva o nome da novela que já teve ótima audiência e ótimo público. Lamentável.
Eu sinceramente não acredito numa recuperação de Malhação, ao ponto de voltar ao patamar de antes. Mas, ao menos, a troca de direção poderia ser feita. Até porque, se continuar assim, o nome da novela terá que ser utilizado para o mal da novela, afinal, quem é que não quer “malhar” ela da programação? Aguardemos, e veremos.
Texto de João Amaro

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