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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Especial Silvio Santos: 80 anos de muita vitalidade, conquistas e alegrias

“Agora é hora de alegria, vamos sorrir e cantar, da vida não se leva nada, vamos sorrir e cantar. Silvio Santos vem aí, laiá, laiá, laiá. Silvio Santos vem aí, laiá, laiá, laiá.”

“Ritmo de festa que balança o coração, festa divertida, colorida de emoção, dia de alegria, então sorria e vem pra cá, a festa continua, a casa é sua, pode entrar! Hey, hey; hey, hey, hey! Ritmo, é ritmo de festa! Ritmo, é ritmo de festa!”

Há exatos 80 anos nascia o carioca Senor Abravanel. As histórias, sua trajetória, carreira, vida pessoal, curiosidades e peculiaridades você confere a partir de agora neste especial feito pelo RD1 Audiência:

O nascimento de um Ídolo

Filho de um turco com uma grega, Silvio Santos - nascido Senor Abravanel, em homenagem a Dom Isaac Abravanel, que salvou Portugal da falência no século XVI – já demonstrava desde cedo o caminho pelo qual iria trilhar.

Nascido no boêmio bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, desde cedo dava sinais de seu vasto potencial. Aos 14 anos foi camelô, onde vendia capas para títulos de eleitor. Naquela época chamava atenção pelo seu vozeirão, onde foi parar num concurso de locutores da extinta Rádio Guanabara, onde derrotou ninguém menos que Chico Anysio. Na nova profissão percebeu que lucrava pouco e decidiu voltar a ser comerciante.

Aos 18 anos ingressou no exército, mas logo saiu e foi contratado pela Rádio Nacional. Como morava no Rio e a rádio ficava em Niterói, fazia diariamente um trajeto de barca. Foi nesta época que o empreendedor surgiu. Teve a ideia de pôr alto-falantes na embarcação, enquanto tocava músicas embalando as danças dos casais, coordenava um bingo e vendia cerveja e refrigerante.

Com o fim do negócio, decidiu tentar a vida na Terra da Garoa. Em São Paulo, Silvio começou a trabalhar em bares, apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas. Como tinha um tom de pele muito claro, ficava vermelho com facilidade e acabou ganhando o apelido de "peru que fala". As “Caravanas do Peru falante” ficaram conhecidas em todo o Brasil.

De empreendedor a comunicador

Das caravanas para a TV foi um pequeno passo. Na década de 60, Silvio desenvolvia projetos para programas e comprava horários na TV. Logo depois fechou acordo com a TV Paulista, hoje Globo São Paulo. Na emissora, Silvio pagava pelo horário em que seu programa era exibido mediante as inserções comerciais feitas dentro de sua própria atração. O empreendedor e o comunicador se fundiam.

No final da década, Roberto Marinho comprou a TV Paulista, que viria a ser a sucursal no estado da recém nascida TV Globo. Boni e Walter Clark, então diretores da Globo, promoveram mudanças na grade do canal para consolidar um processo de qualidade no padrão da emissora. Os diretores achavam que o programa do homem do baú - que naquela altura já comprara o “Baú da Felicidade” do amigo Manoel de Nóbrega e transformara em algo promissor – destoava com a nova programação do canal, irritado Silvio quase deixou a Globo, mas fora convencido por Roberto Marinho a ficar. Porém, as regras impostas pelo fundador do jornal O Globo não o agradou. Em meados da década de 70, Silvio saia da Globo e fechava com a extinta TV Tupi.

De apresentador a dono de TV

Naquela época Silvio lutava para conseguir seu próprio canal de TV. Em 1975, o então presidente, General Ernesto Geisel assinou um decreto outorgando ao comunicador o canal 11 do Rio de Janeiro. Silvio passou a transmitir seus programas simultaneamente na Tupi e na TVS (TV Studios).

Com a falência da TV Tupi na década de 80, o “Programa Silvio Santos” foi transferido para a TV Record SP do empresário Paulo Machado de Carvalho. Com o intuito de ter uma afiliada na Terra da Garoa, Silvio comprara 50% da TV Record em meio à crise que assolava o grupo.

Com o processo de expansão da rede, em 1981, o então Presidente Figueiredo outorgava a Silvio a concessão do canal 4 de São Paulo, nascia aí o embrião do atual SBT. Como não necessitava mais de exibir seu programa na Record, devido a ter afiliadas nas duas maiores praças do país, o empresário decidiu se desfazer da TV Record. Era o ano de 1989, quando Silvio vendera seus 50% ao Bispo Edir Macedo, os outros 50% de Paulo Machado já havia sido adquirido pelo Bispo. A venda da TV Record a Macedo até hoje é cercado de boatos e crendices até aqui indecifráveis.

Foi na década de 80 que Silvio tentara ingressar na vida política. Tentou disputar a prefeitura e governo do estado de São Paulo, mas por problemas de saúde, envolvendo suas cordas vocais, desistiu de seguir carreira. Este episódio das cordas vocais – na época falavam que era câncer – ficou conhecido por envolver uma possível mudança de Gugu Liberato – até então protegido do homem do baú – para a TV Globo. Fala-se que Silvio foi pessoalmente ao Rio falar com Roberto Marinho pedindo para desistir da contratação, alegando que o jovem Gugu seria seu sucessor. Sensibilizado, Roberto Marinho aceitou, mas Silvio teve que pagar uma multa. Verdade ou um grande golpe de mestre? Até hoje não se sabe.

Quem é Rei nunca perde a majestade

Neste domingo, onde completa 80 anos – com um corpinho de 50 e uma cabeça de 20, diga-se de passagem - Silvio Santos é disparado, o maior ícone da comunicação que este país já teve, tem e terá. Falar sobre a história da TV Brasileira e não falar do “mestre” é impossível. A história desse veículo se mistura com a desse homem.

Humilde, simpático, alegre, prestativo, moleque, profissional, ícone, mestre, batalhador, vencedor, são sinônimos de Senor Abravanel, o jovem carioca que veio tentar a vida em São Paulo e depois de 50 anos construiu um império empresarial. O camelô que desde cedo provara sua capacidade de empreender e se comunicar, gente humilde como a gente, que veio da classe baixa e atingiu o sucesso.

Nesses 80 anos, Silvio não apenas foi feliz e sim, principalmente, fez a todos felizes. Mestre do improviso, da arte de emocionar e gargalhar. Quem nunca vibrou com as portas da esperança? Quem nunca sonhou em ganhar um dos seus aviõezinhos? Quem nunca quis participar de um dos seus programas? Tentar na TV o amor senão a amizade? Topar tudo por dinheiro é algo que todos sempre quiseram, e ainda mais quando este show é do milhão. Sonhamos em conhecer a fábrica dos sonhos, visitarmos a casa dos artistas, adivinharmos qual é a música ou rodar a roda em busca dos calouros que tanto brilharam.  Vibramos e gargalhamos com suas tiradas de mestre, suas frases emblemáticas, suas piadas de duplo sentido, seu deboche com convidados e concorrentes. Criticamos o diretor de TV, por na maioria das vezes não concordarmos com suas decisões, mas o brinquedo é dele que faz o que bem entender. Até hoje, nos fez muito felizes com esta brincadeira.

Em meio a esta crise avassaladora que o tenta abater, percebemos o tamanho do homem que é Silvio Santos. Sairá dessa com tremenda compostura a ainda vai tirar sarro da situação podemos ter certeza disso.

Infelizmente o RD1 não é emissora de TV para ter imagem ou som, mas que esta homenagem transborde, para quem a ler, tamanha emoção que contagia todos da equipe deste site. Que data ímpar, que momento marcante.

Que esta data se repita por mais 80 anos, afinal ídolos não podem partir, precisamos deles. O nosso muito obrigado a este monstro sagrado da comunicação, o mestre dos mestres, o ícone dos ídolos. Parabéns Silvio.

Silvio Santos vem aí, laiá, laiá, laiá. Silvio Santos vem aí, laiá, laiá, laiá.

Por João Paulo Dell’Santo

RD1 Audiência

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