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domingo, 16 de maio de 2010

Entrevista de Silvio de Abreu,autor de Passione

Imagem: Divulgação/TV Globo

FAMOSIDADES – Suas novelas sempre têm uma trama policial forte, que domina o público de curiosidade e garante boa audiência. “Passione” também terá essa faceta policial?

SILVIO DE ABREU – A novela é dividida em duas fases. No começo não tem nenhuma trama policial. Ela é um melodrama, mas estou deixando de dar um dado, apenas um detalhe, na primeira fase. Esse dado que revelarei mais para frente. E o público sabe dos segredos de cada um na trama. Isso é bem delicado, porque, geralmente, o público acha que o personagem que é burro, e ele é inteligente.

Tony Ramos alertou que é preciso assistir aos primeiros episódios, que é onde tudo acontece. É isso mesmo?

É uma novela ágil, que se resolve bem rápido. A personagem da Dieckmann [Carolina Dieckmann será Diana] conhece o personagem do Lomardi [Rodrigo será Mauro] e se apaixonam. Mas daí ele a apresenta para o Antony e o romance começa, enfim… Logo no primeiro capítulo o personagem de Mauro Mendonça morre e a enfermeira [Mariana Ximenes] escuta a revelação do segredo no leito de morte.

E daí a trama começa…

Sim. Ela é amante do Gianecchini e eles querem ir atrás deste filho perdido para pegar o dinheiro que ele tem direito. A história se arma a partir daí.

E a Fernanda [Montenegro] é a base disso tudo?

Sim. A personagem dela esconde este fato dos filhos, porque quer ir antes à Itália encontrar o Totó. A Fernanda tem uma personalidade aglutinadora. É totalmente o oposto de sua personagem em “Belíssima”.

E o qual é a ligação que o personagem de Gianecchini tem com a família Gouveia?

O pai dele perdeu a mão na fábrica da família. Então ele quer justiça, quer o que tem direito. A Clara é ambiciosa, o que é diferente. Isso que a motiva. A novela tem uma justificativa para tudo que acontece. Nenhum personagem é totalmente bom ou totalmente ruim. Todos têm razões para agir como agem.

Pensando assim, nós podemos nos surpreender até com a Fernanda, que até o momento é uma mãezona que só pensa em proteger a família?

Sim! Tudo pode acontecer.

Imagem: Divulgação/TV Globo

E sobre o núcleo italiano da trama, o que podemos esperar?

Eu retratei a família de italianos clássica. O núcleo italiano é uma homenagem à Toscana. A paisagem é muito bonita, e foi um dos motivos da escolha da locação. Contudo, o espírito da família é napolitano. Eu já sei que vão criticar isso, mas eu vou ignorar. A história está muito emocionante, bonita. Mas as pessoas precisam falar de alguma coisa. Sempre criam polêmica e fofoca. É assim mesmo.

Gabriela Duarte é uma das atrizes que promete arrancar boas risadas do público. Como foi a escolha dela para o papel de Jéssica?

Eu escrevi este papel para Gabriela [Duarte] mesmo e todos estão felizes com o resultado. Gosto de dar papéis diferentes do que os atores já fizeram. Fiz isso com o Giane [Reynaldo Gianecchini] em “Belíssima”, e agora de novo com o Fred. Fernandona [Fernanda Montenegro] é a mesma coisa. Eu adoro pegar quem não fez tal gênero e dar isso para o tal ator. E a comédia dá um brilho diferente. Bruno [Gagliasso] e Gabriela estão muito legais, porque eles entenderam que comédia não é fazer gracinha. Quem faz a graça sou eu no texto.

Falando nisso, o seu texto não dá muita abertura para os famosos cacos (improvisos), não é?

É, não tem caco mesmo. Mas todo mundo diz que vem prontinho. E quando acontece algum caco, alguma improvisação eu não fico bravo. Se for algo espontâneo e que fica bom, tudo bem. Quando vejo a cena depois e fui eu quem escrevi e não ficou bom, eu mudo. Quando eu vejo, não ficou bom e não fui eu que escrevi, peço para mudar. Eu quero gostar.

Não tem como deixar de comentar: o elenco de suas novelas sempre são muito estrelados. Como isso acontece?

Toda vez que inicio uma novela é a mesma coisa. Eu não tenho problema com escalação de elenco. A única coisa que tenho problema é em dizer não para ator que eu gosto e respeito. E se eu digo não é porque não tem papel. Cada um está no lugar em que precisa estar.

Claudia Raia é uma das atrizes veteranas que sempre aparece em suas tramas. Desta vez ela não está escalada por algum motivo especial?

Claro que ela poderia fazer qualquer papel na minha novela, mas nenhum seria novo para ela. Imagine só: ela já foi feirante, travesti, tudo! Eu não quero repetir. Gosto de coisa nova, e desta vez eu não tive nenhuma ideia nova para ela, infelizmente.

E sobre cinema, você não pensa em voltar para as telonas?

Não. Eu adoro, mas se for trabalhar com cinema é para dirigir. E no momento eu não tenho interesse nem tempo.

Sobre Elizabeth Jhin, que agora lançou “Escrito nas Estrelas”, o que você está achando da novela?

Estou adorando. Eu trabalhei com ela em “Eterna Magia”, que teve alguns problemas, mas agora tenho certeza que ela vai conseguir sucesso. Todas essas novas autoras [como Duca Rachid e Thelma Guedes, de “Cama de Gato”] são pupilas minhas e prometem grandes histórias. Uma pena que Andréa Maltarolli [com quem Silvio trabalhou em “Beleza Pura”] tenha falecido. Eu lamento muito.

Fonte : Famosidades

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