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terça-feira, 11 de maio de 2010

Direto da Telinha: Fim de linha para o “Câmera Record”

Direto da Telinha: Fim de linha para o “Câmera Record”

Apaguem as luzes. Esvaziem os vagões. “Câmera Record”: última parada. Fim de linha para o jornalístico que estreou em janeiro de 2008 como uma ótima opção ao ecológico, médico e didático “Globo Repórter” e que vem desanimando a cada edição que passa.

O “Câmera Record” estreou como um grande destaque na grade de programação da Record e tomou todo o brilho que o “Repórter Record” tinha. Tanto que compartilhavam da mesma equipe quase que totalmente. Porém, apostava-se no novo e deixava-se o velho de lado. Durante meses o “Repórter Record” ficou limitado a reprises de 2006, 2007. Até que Roberto Cabrini chegava a Record e o “Repórter Record” ganhou um up. Novas vinhetas, cenários, um programa com foco mais investigativo e pronto para disputar pela audiência. Nas noites de domingo, vencia o “Domingo Legal” e não raramente encostava na Globo. Nesse mesmo momento, o “Câmera Record” passou a ser deixado de lado. Reprises e mais reprises. Algo inadmissível para uma emissora que quer o lugar que hoje pertence a Globo.

As reprises não se limitam apenas a reprises de programas quase que inteiros. Elas vão muito mais além disso. A equipe de jornalismo da emissora chega ao ponto de “criar” novas edições com material requentado, denúncias antigas, sem nada a acrescentar. Quase o mesmo que repetir na íntegra o programa de semanas atrás.

Além de ter reprises que não acrescentam em nada, quase todo o material exposto no “Câmera Record” é também apelativo. Apelativo, sensacionalista, baixo. Na disputa pela audiência, a produção da Record não se cansa da pauta de maus-tratos aos animais. E quase toda semana esse tema se repete. O tema merece atenção? Com certeza. Merece que os envolvidos nessa prática sejam punidos? Sim. Mas o que o programa se propõe está longe disso. Mostram por mostrar, com sede de 1, 2 ou 3 pontos a mais na média, com cenas desagradáveis, tristes e que poderiam muito bem ser poupadas ao telespectador sem tirar a relevância que a causa requere.

Com bons índices de audiência, que chegam até 12, 13 pontos, a Record vê que não há motivos para alterar o “Câmera Record”. Assim como não vê motivos para inovar ou parar de requentar matérias de seu departamento de jornalismo. Matérias que começam a ir ao ar no “Jornal da Record”, passam pelo “Direto da Redação”, “SP no Ar”, “Fala Brasil”, “Hoje em Dia”, “Record Notícias”, “SP Record” e só param novamente no “Jornal da Record”. Uma atitude que vai de contramão na proposta de fazer uma televisão a altura da Globo e que também vai na contramão dos excelentes trabalhos que vêm sendo feitos na área de entretenimento, dramaturgia e atenção às afiliadas.

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